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Profissionais Parceiros em Salões de Beleza: Entenda Como Evitar Riscos Trabalhistas

Gestores de salões de beleza, barbearias e clínicas de estética enfrentam desafios únicos na administração de suas equipes. Um dos mais críticos é a definição clara da relação jurídica com os profissionais que atuam nesses estabelecimentos. Seja através da locação de cadeira, de parcerias ou de vínculos de emprego formais, entender as implicações legais de cada modalidade é essencial para evitar problemas trabalhistas no futuro.

Profissionais Parceiros em Salões de Beleza: Entenda Como Evitar Riscos Trabalhistas

Neste artigo, exploraremos detalhadamente as características de cada uma dessas modalidades, daremos orientações práticas para que você, gestor, possa tomar decisões informadas e proteger o seu negócio de riscos desnecessários, e compartilharemos um caso real que demonstra os riscos de uma má gestão dessas relações.

Diferenças Cruciais entre Locação de Cadeira, Parceria e Vínculo de Emprego

  1. Locação de Cadeira: Uma Opção de Autonomia

A locação de cadeira é uma modalidade comum em salões de beleza e barbearias, onde o profissional aluga um espaço para trabalhar de forma independente. Este modelo é atrativo tanto para os profissionais, que desejam maior autonomia, quanto para os gestores, que querem reduzir custos trabalhistas.

  • Autonomia Total: O profissional define seus horários e como conduzir seu trabalho, sem interferências diretas do salão.
  • Sem Direitos Trabalhistas: Não há vínculo empregatício, o que significa que o profissional não tem direito a benefícios como férias, 13º salário ou FGTS.
  • Responsabilidade Compartilhada: O profissional é responsável por seus próprios equipamentos e produtos, embora possam ser acordadas regras de manutenção e uso.
  1. Parceria: Flexibilidade com Regras Claras

Na parceria, o profissional trabalha em conjunto com o salão, geralmente recebendo uma comissão sobre os serviços prestados. Essa modalidade oferece flexibilidade para ambos os lados, mas exige atenção para evitar que a relação seja caracterizada como emprego.

  • Participação nos Lucros: O profissional recebe uma porcentagem (geralmente entre 40% e 55%) sobre o valor dos serviços.
  • Autonomia Moderada: Embora tenha liberdade para organizar sua agenda, o profissional pode estar sujeito a algumas diretrizes do salão.
  • Cuidado com o Vínculo: É crucial que o salão evite práticas que possam ser interpretadas como controle excessivo, para não caracterizar um vínculo empregatício.
  1. Vínculo Empregatício: Cumprimento da CLT

O vínculo empregatício ocorre quando o profissional é contratado sob as normas da CLT, com todos os direitos e deveres previstos na legislação trabalhista. Este é o modelo mais seguro em termos de conformidade legal, mas também o mais oneroso para o gestor.

  • Direitos Garantidos: Salário mínimo, férias, 13º salário, FGTS, entre outros benefícios.
  • Subordinação: O profissional deve seguir os horários, métodos e políticas estabelecidos pelo salão.
  • Riscos de Penalidades: O gestor pode aplicar advertências e suspensões, mas precisa seguir rigorosamente as normas da CLT para evitar litígios.

Caso Real: A Importância da Conformidade e Boas Práticas de Gestão

Recentemente, o TRT10 julgou o caso de uma barbearia que enfrentou sérios problemas jurídicos devido à falta de conformidade com a Lei do Salão Parceiro e a práticas de gestão inadequadas. Um barbeiro que prestou serviços por 08 meses para a barbearia entrou com uma ação trabalhista após o término do contrato, alegando vínculo de emprego.

Embora a barbearia tivesse formalizado um contrato de parceria com o barbeiro, o contrato não seguia os moldes estabelecidos pela Lei do Salão Parceiro, e as práticas diárias de gestão no salão também não estavam em conformidade. Como resultado, a Justiça do Trabalho reconheceu o vínculo empregatício e condenou a barbearia a pagar mais de trinta mil reais ao barbeiro.

Caso Real: A Importância da Conformidade e Boas Práticas de Gestão

O caso não parou por aí. A notícia da condenação se espalhou entre outros profissionais que atuavam na mesma barbearia, e quatro outros barbeiros também decidiram processar o estabelecimento. Algumas dessas ações já tiveram o vínculo de emprego reconhecido, e uma delas ultrapassa os 400 mil reais em valores devidos.

Este caso real ilustra claramente os riscos que os gestores correm ao não formalizar adequadamente as relações com os profissionais e ao não seguir boas práticas de gestão. A conformidade legal e a gestão cuidadosa são fundamentais para evitar prejuízos financeiros significativos e a deterioração da reputação do negócio.

Como Evitar Riscos Trabalhistas em Salões de Beleza, Barbearias e Clínicas de Estética

Para evitar que uma parceria ou locação de cadeira seja reclassificada como vínculo empregatício, é fundamental que o gestor siga algumas diretrizes essenciais:

  • Evite Controle de Horários: Profissionais parceiros ou locatários devem ter liberdade para definir seus horários de trabalho.
  • Exclusividade: Evite exigir exclusividade de profissionais parceiros, permitindo que atendam outros clientes.
  • Gestão de Preços e Serviços: Deixe que os profissionais decidam os preços dos seus serviços e apliquem descontos, sempre que possível.
  • Propriedade dos Equipamentos: Se possível, os profissionais devem ser responsáveis por seus próprios instrumentos e produtos.
  • Sem Penalidades: Não aplique advertências ou suspensões a profissionais que não são empregados. Utilize outros meios para resolver conflitos.
  • Métodos de Trabalho: Evite impor métodos específicos de trabalho a profissionais autônomos.
  • Relatórios de Serviços: É obrigação do estabelecimento fornecer relatórios dos serviços prestados por cada profissional parceiro. Para essa finalidade, pode ser útil utilizar sistemas informatizados.

Perguntas Frequentes (FAQ) sobre Profissionais Parceiros em Salões de Beleza

O vínculo empregatício é caracterizado pela subordinação, pessoalidade, habitualidade e onerosidade. Se o profissional segue regras de horário, recebe ordens e é punido por descumpri-las, há uma grande chance de o vínculo ser reconhecido judicialmente.
Para evitar essa reclassificação, é fundamental garantir que o profissional tenha autonomia na condução do trabalho, não seja sujeito a controle de horários e tenha a liberdade de atender outros clientes fora do salão.
Não formalizar corretamente pode resultar em ações trabalhistas onde o profissional reivindique direitos trabalhistas, como férias e 13º salário, com base em um suposto vínculo de emprego.
Não, a assinatura do contrato de parceria deve ser acompanhada de uma gestão cuidadosa da relação, garantindo que as práticas diárias no salão reflitam a autonomia descrita no contrato.

É importante ter todos os documentos em ordem, incluindo o contrato de parceria ou locação de cadeira, além de evidências de que o profissional tinha autonomia no trabalho. Consulte um advogado especializado para orientar a defesa.

Realize uma análise detalhada das práticas de gestão e da relação com os profissionais. Se precisar de suporte, considere realizar uma consultoria jurídica especializada para avaliar o nível de exposição a riscos.

Exigir exclusividade pode ser uma prática arriscada, pois pode caracterizar vínculo empregatício. É mais seguro permitir que o profissional atenda outros clientes.

Estabeleça contratos claros e pratique uma gestão eficiente das relações de trabalho, mas evite criar vínculos empregatícios inadvertidamente.

Sim, é essencial que a locação de cadeira seja formalizada por um contrato escrito, detalhando todas as condições de uso do espaço, responsabilidades e direitos das partes envolvidas.

Para garantir a conformidade, o contrato deve conter todas as cláusulas exigidas pela Lei do Salão Parceiro, como a descrição detalhada das atividades, a forma de remuneração, a autonomia do profissional e a ausência de subordinação. É importante que esse documento seja produzido por um advogado especializado.

Sim, é possível e recomendável revisar contratos de parceria já existentes para garantir que estejam em conformidade com a Lei do Salão Parceiro. Essa revisão pode evitar problemas futuros e garantir a segurança jurídica da relação.

Práticas como controle rígido de horários, exigência de exclusividade, definição de preços pelo salão, aplicação de penalidades e imposição de métodos de trabalho podem caracterizar vínculo empregatício.

A ausência de homologação dentro do prazo pode ser usada contra o salão em disputas trabalhistas, uma vez que a falta de formalização pode indicar uma relação de emprego disfarçada.

Um diagnóstico de risco oferece uma análise detalhada da situação do seu salão, identificando áreas de vulnerabilidade e fornecendo orientações específicas para reduzir ou eliminar riscos trabalhistas.

Um diagnóstico de risco oferece uma análise detalhada da situação do seu salão, identificando áreas de vulnerabilidade e fornecendo orientações específicas para reduzir ou eliminar riscos trabalhistas.

Faça o Download do Diagnóstico de Risco Trabalhista

Para ajudar você, gestor, a identificar o nível de risco trabalhista que seu salão, barbearia ou clínica de estética pode estar enfrentando, disponibilizamos um Diagnóstico de Risco Trabalhista. Este diagnóstico oferece uma avaliação detalhada dos contratos de parceria, controle de horários, autonomia profissional, entre outros aspectos críticos.

Preencha o formulário para acessar e dar o primeiro passo em direção à conformidade com a legislação, minimizando possíveis riscos legais.



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Por Nathália Waldow OAB/DF 27.375
Especialista em Direito Trabalhista Empresarial e Execuções

Nathália Waldow Especialista em Direito Trabalhista Empresarial e Execuções


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